Resultados nos vinhos brancos da temática "castas resistentes"
Para a realização de experiências com os consumidores, foram apresentados quatro vinhos brancos de Languedoc, colheita 2016.
Com vista a relacionar as práticas à parcela e aos compostos encontrados no vinho, optámos por dirigir a prospeção analítica para os resíduos, em especial, as substâncias ativas aplicadas no vinhedo (as informações comunicadas aos consumidores não estavam relacionadas com os resíduos de pesticidas aplicados à vinha).
Tabela 1: Características dos vinhos brancos da temática "castas resistentes"
LQ: limite de quantificação / n.d.: não detetado
Os teores encontrados nas amostras são muito fracos e quase todos inferiores a 10 µg/L, salvo no que respeita ao pirimetanil no vinho convencional padrão. No entanto, relativamente ao último, o teor medido é, pelo menos, seis vezes inferior a 10 % do LMR relativo a uvas de vinho (ou seja, menos de 1,6 % do LMR de uvas de vinho).
Assim, no vinho convencional padrão, apenas foi possível quantificar quatro compostos, enquanto no vinho convencional premium, apenas dois compostos foram detetados em termos de vestígios (próximos do seu limite de quantificação).
O conhecimento do programa de tratamento fitossanitário confirma a utilização na vinha de todas as moléculas encontradas nas amostras. Porém, algumas substâncias ativas aplicadas não foram encontradas. Além disso, alguns compostos utilizados não estão incluídos no método de doseamento.
O cobre foi aplicado em todos os vinhedos utilizados para produzir amostras de vinho, salvo no vinho de casta resistente. As análises demonstraram que os vinhos de casta resistente e convencional padrão apresentam menos cobre que os vinhos biológicos e convencionais premium. O teor em cobre da amostra de casta resistente poderia resultar de um derivado do tratamento fitossanitário ou de uma contaminação da vinificação em adega.
O conhecimento do programa de tratamento fitossanitário para a produção dos quatro vinhos objeto de amostragem permitiu igualmente apurar que o metirame foi utilizado uma vez para o vinho convencional padrão e cinco vezes para o vinho convencional premium. Este composto é geralmente conhecido para se degradar em etilenotioureia (ETU). Graças a um método de análise que se encontra em desenvolvimento, o IIAA detetou um sinal fraco de ETU, embora inferior ao limite de quantificação (15 µg/L), apenas na amostra convencional premium.
No que respeita às experiências com os consumidores, não se considerou o sinal fraco de metabolito ETU para o vinho convencional premium. O cobre foi o único pesticida citado. Este sublinhado do nome da molécula foi propositado para se avaliar se o vinho biológico podia, de facto, ser estigmatizado pela presença de cobre (principal ponto polémico desta certificação). Os resultados da experiência com os consumidores estão disponíveis na parte de castas resistentes.